Por Renato Kress, o cara da cabeça menos avantajada na foto acima. |
O estado-base
Seu estado-base é aquele no qual você se sente mais em casa. Não é necessariamente o mais provido de recursos nem o mais confortável, mas é o mais familiar para você. Quando já está estabelecido a um longo tempo - muitas vezes desde a infância, podemos confundí-lo com a única maneira de ser, de ver o mundo e de reagir a ele, dificultando nossa leitura da pluralidade e da riqueza do mundo. Quem de nós não conhece pessoas completamente fechadas em alguns assuntos, não é mesmo?
A tal "zona de ação", onde querem que você fique até se exaurir completamente. Depois da exaustão sabe o que nós fazemos? Consumimos mais rápido e com menos critérios. |
Nosso estado-base vai regular a forma como nos expressamos diante do carrossel de acontecimentos em nossas vidas
7 perguntas para tornarmo-nos conscientes de nossos estados-base:
1. O quão confortável você se sente em seu corpo?
2. Que pontos uma caricatura enfatizaria?
3. O quão alto é o seu nível usual de energia?
4. Qual é o seu nível usual de atenção, consciência e energia mental?
5. Você se orienta mais costumeiramente pelo que vê, pelo que ouve ou pelo que sente? (Visual, auditivo ou cinestésico?)
6. Se você pudesse dar um nome para a sua emoção predominante, qual seria?
7. Se você pudesse dar um nome para o seu estado de espírito predominante, qual daria?
Outras 7 esferas de percepção
A grande questão agora é perceber o quanto esse nosso estado-base, essa nossa autoimagem, reflete-se em outras esferas da nossa vida.
1. Que partes do seu ambiente apoiam ou limitam seu estado-base?
2. Que habilidades você possui nesse estado?
3. Que crenças e valores você manifesta mais comumente para si e para os outros nesse estado?
4. O quanto esse estado-base faz, para você mesmo, parte da sua identidade pessoal?
5. Pensando na passagem do tempo, o quanto o seu estado-base mudou ao longo dos anos? Por quanto tempo ele tem permanecido o mesmo? Por quê e quando ele mudou?
6. É possível apontar um momento em que se fixou no que esse estado-base é agora?
7. Já percebeu esse mesmo estado-base em alguma outra pessoa?
"Dentros" e "foras"
Projetar seus pontos de vista a diferentes momentos da sua vida é uma das maneiras mais simples de adquirir uma visão mais plena de si e da vida. |
É importantíssimo exercitarmos essa auto-crítica ao longo de nossas vidas. É por meio delas, dessas fases de auto-percepção e aprendizado, que vamos maturando, amadurecendo, como indivíduos.
Exercícios de associação e dissociação
A melhor forma de compreender qualquer assunto é vivenciá-lo o mais intensa e nitidamente possível. Então para podermos entender isso agora, que tal um pequeno exercício?
Nós somos o que vemos e vemos o que somos. |
Associação
.Feche os olhos e imagine-se flutuando para o seu lado, em direção ao seu lado esquerdo ou direito.
.Agora imagine-se olhando para si mesmo a partir do seu novo ponto de vista. Olhe o seu perfil lendo esta matéria.
.Imagine-se flutuando para dentro de você novamente, vendo seu corpo chegar cada vez mais perto até que sua consciência de si e seu corpo estejam novamente no mesmo espaço.
.Quando estiver novamente dentro do seu corpo, vendo essas letras através de seus próprios olhos, você estará "associado".
Dissociação
. Agora imagine-se novamente flutuando para longe de seu corpo.
. Veja-se em terceira pessoa. Lá está "ele" ou "ela".
. Faça uma pequena viagem pelo ambiente, vendo-se por diferentes ângulos (como na câmera do filme Matrix, lembra?).
. Quando estiver se vendo pelo lado de fora, estará "dissociado".
Para quê mesmo que serve isso?
Associação e dissociação não são apenas formas diferentes de ver uma imagem mental, são formas diferentes de experimentar o mundo e de registrá-lo. Ao longo de nossas vidas tendemos a adotar uma perspectiva mais ou menos associada. Em geral quando estamos associados temos sensações e sentimentos que acompanham nossas experiências e, quando estamos dissociados tendemos a ter racionalizações e intuições relativos à nossa experiência.
Traduzindo para uma linguagem elemental a associação amplia nossos sentimentos (água) e nossas sensações (terra) e a desassociação amplia nossas racionalizações (ar) e intuições (fogo). Todas são úteis em diferentes contextos. O uso consciente é que faz a diferença real e até mesmo estratégica.
Agora na prática:
> Pense naquela sua última recordação desagradável.
> Verifique o tipo de imagem que tem em sua mente.
> Você está associado, olhando através dos próprios olhos? Ou está dissociado, se vendo na situação?
> Seja qual for a resposta, mude a representação e tente de outra maneira. O que muda? O que você percebe sobre você e sobre a situação como um todo?
> Agora volte para como estava antes.
> O que você prefere?
> E o mais importante: O que você aprendeu sobre si mesmo?
Culturas e Perspectivas
Para a maior parte das pessoas dentro da cultura ocidental contemporânea estar associado traz as sensações de volta mais intensas, porque estão acostumadas a ver e pensar as coisas através de seus próprios pontos de vista, exercitando pouco a leitura "de fora para dentro" ou o se colocar "no lugar do outro".
Mas nem sempre é assim. Uma prova de que isso é aprendido é a forma como muitas crianças tendem a projetar a própria percepção nos seus brinquedos, nos animais e nas plantas, muitas vezes até mesmo "sentindo" a dor deles e gerando uma empatia com eles. Engraçado pensar, e se estivermos negando nossa própria capacidade intrínseca de empatia quando tachamos de infantilizada a sensibilidade mais abrangente dos nossos filhos, soibrinhos, afilhados, netos? E se estamos, o que queremos defender com essa postura?
Que tipo de mundo diz que a sensibilidade e a capacidade de se colocar no lugar do outro é uma postura infantil? |
Esses são apenas alguns dos questionamentos e percepções que podemos ter através de um dos mais simples exercícios da PNL (programação-neurolinguística) aplicada ao coaching. Quais você andou tendo ao longo dessa leitura? Deixe suas impressões nos comentários!
Até amanhã!
Renato Kress
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